As expressões que, em Aveiro, podem ser associadas com o movimento Arte Nova datam do princípio do século XX, mais especificamente do período compreendido entre 1904 e 1920. A construção dos edifícios ao gosto do “novo estilo”, foi frequentemente relatada nos jornais locais. A imprensa local designava o gosto Arte Nova como “estilo de Aveiro”, o que denota uma certa incompreensão do movimento Arte Nova à escala europeia, a sua filosofia e aplicação no campo da arquitetura e artes decorativas. Na realidade, a corrente Arte Nova, na cidade, foi aplicada com alguma ingenuidade, concentrando-se nos aspetos decorativos das fachadas. Importa compreender que o gosto Arte Nova foi importado por uma burguesia conservadora e pelos “torna-viagens”, emigrantes enriquecidos que regressavam ao país do Brasil, que se aplicavam em expressar o seu crescente poder económico e social. Este contexto determinou que os elementos Arte Nova se concentrem na fachada principal, enquanto que o resto da construção e os interiores seguem uma estrutura e decoração de cariz conservador. O fenómeno por trás destas manifestações é a ostentação.

Outro aspeto que é particular da corrente Arte Nova local é a produção de azulejos com motivos Arte Nova. Frequentemente, os azulejos são o único elemento Arte Nova presente no edifício, salvaguardando-se que a utilização do azulejo é uma das características da arquitetura tradicional portuguesa, por serem muito acessíveis e por permitirem o embelezamento e impermeabilização de edifícios, muitas vezes construídos em adobe.

O desenhador mais influente no movimento Arte Nova aveirense é Francisco Augusto da Silva Rocha, visto que a autoria de uma considerável percentagem das construções se lhe encontra atribuída. Além do seu envolvimento direto na construção de vários edifícios Arte Nova, ele desempenhou um importante papel na divulgação do estilo entre novos designers, visto que durante perto de 40 anos ele desempenhou as funções de docente e diretor da Escola de Desenho Industrial de Aveiro. De relevância no movimento local também se destaca Jaime Inácio dos Santos, José de Pinho, Carlos Mendes e Ernesto Korrodi.

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Francisco Augusto da Silva Rocha Architect 1864-1957
Jaime Inácio dos Santos Architect 1874-1942
José de Pinho Architect 1874- ?
Ernesto Korrodi Architect 1870-1944
Cover Author Description date Link
Mário Sarabando Dias O mistério da Casa Major Pessoa
Municipality of Aveiro,
ISBN: 9-78-913799-4
2006

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